A Academia Brasileira de Letras (ABL) foi fundada em
1897 pelos escritores Machado de Assis e Lúcio de Mendonça, inspirada na
Academia Francesa de Letras. Seu objetivo é cultuar a língua portuguesa
e a cultura brasileira.
Todas as quintas-feiras os membros da ABL se
reúnem para um chá na sede da instituição, no Rio de Janeiro. Na
ocasião, eles discutem literatura, língua portuguesa e outros temas da
vida brasileira. O ritual existe desde a criação da academia.
Olavo Bilac dizia que os escritores eram
chamados de imortais "porque não tinham onde cair mortos". Hoje em dia,
todos têm direito a serem enterrados no mausoléu da ABL, no cemitério
São João Batista, no Rio de Janeiro.
O alfaiate Francesco Rosalba é o responsável
pela confecção do uniforme de gala - ou fardão, como é conhecido - usado
pelos imortais em ocasiões formais. De 1979 a 2005, apenas o
pernambucano Ariano Suassuna havia se recusado a usar as roupas
costuradas por Rosalba.
O modelo do fardão é inspirado na roupa dos
carabineros de Calábria, Itália. Compõem-se de uma casaca verde-musgo
bordada com fios de ouro, camiseta, suspensório e um chapéu estilo
Napoleão.
Alguns imortais foram enterrados usando seus
fardões. É o caso de Assis Chateaubriand. O problema é que, como ele não
usava a roupa havia muitos anos, quando foram vestir o cadáver, tiveram
que cortar a parte de trás para caber.
Na biblioteca da academia, há coleções que
pertenceram a Machado de Assis, Olavo Bilac e Manuel Bandeira. Entre as
obras raras, figura uma edição de 1572 de "Os Lusíadas", de Camões.
Em 2005, o apresentador e humorista Jô Soares
publicou o romance "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras". O
lançamento da obra foi realizado no mesmo local onde ocorrem os crimes
da trama: o Petit Trianon, sede da Academia Brasileira de Letras. A
história conta o caso de um serial killer cujo alvo preferencial são os
membros da ABL.
Passaram-se 80 anos até que uma mulher fosse
eleita para ocupar uma cadeira na Academia. A primeira foi Rachel de
Queiroz, em 1977.
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